segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ilusionista

Já não me fixo em vive-la, por enquanto deixo que os dias passem por mim como o vento passa pelas arvores do meu quintal, e .. vendo que o mesmo vento não passa duas vezes, eu já não sei se quero continuar assim , mesmo que inactiva, mesmo que esteja em modo de piloto automático, os dias ainda custam a passar, os meses tardam a chegar, e as ilusoes que ate agora pareciam tao reais , sao afinal mais ficticias do que unicórnios em dias de chuva.

Não sei de onde me saem as ideias, tenho a cabeça furada de tanto bater com ela na parede em busca de uma solução.

Não vou voltar ao que era, simplesmente porque não tenho vontade nem pachorra para a vida que levava. E quando descobri uma outra maneira de vivê-la, quando finalmente começo a dar algum valor a isso, tiram-me o chão.. repentinamente: querem-me substituir . Querem por alguém no meu lugar a fazer o que eu fazia, da mesma maneira que eu o fazia mas sem sequer eu estar presente para defender o sitio que conquistei a pouco e pouco em relação a mim mesma.

Querem fazer magia, querem brincar com corações? Que o façam com o naipe de copas de um baralho de cartas, sai bem mais barato para todos os envolvidos.

Dei o certo pelo incerto , abusei excessivamente do amor e fui feliz. Quando nos sentimos livres temos sempre aquele medo miudinho de que nos façam tropeçar, de que se fechem as cortinas e a peça se vá, há sempre esse medo , sempre. Pois eu orgulho-me de dizer que o perdi, que voei, que fui inconsciente, que fui uma menina outra vez, que fui feliz como naquele tempo em que andava com um triciclo e lhe chamava moto3 . E no exacto momento em que levanto os pés do chão e começo a levantar voo , após imensas quedas e aterragens perigosas, fazem-me morrer em pleno ar. Caí inerte, caí sozinha, estou a cair e não sei como reagir quando chegar ao chao.

Embala-me hoje de noite .

Eu amo e quero ser amada.

Incumensurávelmente.

Um dia há de chegar o certo.

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